sábado, 7 de junho de 2025

AS CABINES TELEFÓNICAS

 

Imagem gerada pela IA Gemini


AS CABINES TELEFÓNICAS


COMO SURGIRAM EM VALE MOURÃO

Na urbanização de Vale Mourão existiam em Dezembro de 2009 dois postos públicos de telefones. Um localizado na Rua José Gomes Ferreira, perto entroncamento com a Rua Sidónio Muralha e outro situado na Rua Mário Dionísio, quase junto do entroncamento com a Rua Cesário Verde.


Telefone público colocado na Rua José Gomes Ferreira

Os postos públicos telefónicos eram esteticamente aceitáveis e funcionavam, mas eram muito inconfortáveis e não permitiam acesso fácil (ou mesmo não permitiam acesso nenhum) a alguns cidadãos.


Eram inconfortáveis porque não protegiam minimamente o utilizador do frio, do calor, da chuva e do ruído. Eram inacessíveis a qualquer pessoa de estatura baixa ou portadora de deficiência que a obrigasse a estar numa cadeira de rodas.

 

Os meios públicos colocados à disposição dos cidadãos têm, em qualquer época, que permitir e não podem impedir, o acesso a esses meios sempre que tal for tecnicamente viável.


Alertados os poderes públicos (Câmara Municipal de Sintra, J.F. de Rio de Mouro e do Cacém) para que utilizassem as respectivas influências (legais) para que pelo menos um dos postos telefónicos fosse adaptado à utilização de pessoas portadoras de deficiência, o alerta surtiu efeito e teve como consequência a substituição do posto telefónico situado no entroncamento da Rua José Gomes Ferreira com a Rua Sidónio Muralha por um outro adaptado para pessoas obrigadas a deslocar-se em cadeiras de rodas. A nova cabine proporcionava ainda um maior conforto ao utilizador, porque o protegia minimamente do frio, do calor, da chuva e do ruído.


Telefone público que veio substituir o ali existente

Com a democratização do telemóvel as cabines telefónicas foram progressivamente desaparecendo por desnecessárias. O posto público telefónico adaptado para utilização de pessoas portadoras de deficiência não foi excepção, encontrando-se hoje apenas o invólucro com evidentes sinais de vandalismo que deve justificar a retirada do local por dar um aspecto pouco digno de um civismo que deveria ser apanágio de TODOS os cidadãos. Infelizmente há muitos cidadãos que ainda não interiorizaram que a “coisa pública” é de todos e quanto é vandalizada estão a destruir bens que também lhes pertencem.


O estado em que está o telefone público da imagem anterior


O REAPROVEITAMENTO DAS CABINES TELEFÓNICAS

Até que ponto essa cabine telefónica poderia ser útil e aproveitada?


Em alguns países estrangeiros as cabines telefónicas inoperativas (e não só) estão a ser aproveitadas para nelas instalar pequenas bibliotecas em que os cidadãos retiram um ou dois livros expostos para leitura, no local ou em casa, e os devolvem no prazo de uma semana. Outros até abastecem essas mini-bibliotecas com livros que doam.


Em Portugal, no Parque Verde Urbano da pequena aldeia de Souselo (Cinfães), muito frequentada por autocaravanistas falantes de língua inglesa, existe uma mini-biblioteca aberta à livre utilização dos livros. Possivelmente haverá outras mini bibliotecas deste tipo em Portugal.


A sugestão que se preconiza é a seguinte:


CONSTITUIÇÃO DE UMA MINI-BIBLIOTECA

Transferir a cabine telefónica que está inoperacional na Rua José Gomes Ferreira junto ao cruzamento com a Rua Sidónio Muralha para um local entre o Parque Infantil e o futuro Parque de Jogos sitos na Rua Sidónio Muralha e aproveitá-la para implementar uma mini-biblioteca cujo acesso se faria através de uma APP instalada no telemóvel.




Pode parecer pouca coisa mas, citando Edmund Burke, diremos que “…ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco”.